A vida obriga-me a uma dura despedida antes do tempo a Paulo Cunha e Silva. O vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto, que hoje nos deixou inesperadamente, era um homem grande na presença, na dinâmica, na alegria espontânea e na força com que abraçava toda a sua cidade líquida. Com os desafios diários que lançava na sua página do Facebook, fazendo acompanhar as fotografia pelas palavras “Onde estou? Agora.”, ajudava a divulgar não só as iniciativas como a potenciar as obras dos agentes culturais do Porto. Para mim, era a melhor agenda possível para acompanhar o ritmo florescente desta cidade. Era também um conhecedor profundo de arte e tinha não só um interesse genuíno como também um importante papel na evolução do conceito de política cultural (na foto, apreciava o livro “A Dimensão Cultural do Projecto Europeu”, de minha autoria). Via o Porto como um “laboratório político-cultural para o país”, em que tudo pode acontecer em todo o lado e em que os habitantes são, eles próprios, os agentes culturais. Fez muito para tornar o Porto numa cidade mais feliz e conseguiu-o através da sua notável capacidade de trabalhar em rede, criativamente, entusiasmadamente. Depois do Fórum do Futuro sobre a Felicidade, preparava já o próximo, sobre a Ligação. Paulo Cunha e Silva era daquelas pessoas insubstituíveis e por isso custa mais aceitar a sua perda. Todos os que nos sentimos ligados à sua obra lhe devemos um esforço de continuidade. Eu deixo-lhe, entristecida, um sentido Obrigada.
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